quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Enid rumo ao Ouro - New York Film Critics Circle:


Ontem também já saiu o primeiro prêmio da temporada. Todos esperavam 'A Árvore da Vida', muitos esperavam 'A Invenção de Hugo Cabret', uma boa galera esperava 'Os Descendentes', os 'indies' esperavam qualquer coisa entre 'Drive' e 'Shame'... mas a celebração do cinema nos seus primeiros anos marcou seus primeiros pontos na corrida de 2011. 'O Artista', que muito ainda teimam em considerar o patinho feio da temporada, já começa a se transformar em cisne aos olhos de muitos incrédulos. O filme arrebatou os críticos da Big Apple e saiu de lá com os prêmios de 'filme' e 'direção'. A polêmica eleição do trabalho de Meryl Streep como atriz a coloca de vez como a favorita do ano a ser batida, e Brad Pitt ganha fôlego numa corrida onde muitos contendores querem roubar sua vaga. O amor por ele inclusive ficou bem claro, tendo em vista que 'A Árvore da Vida' e 'O Homem que Mudou o Jogo' tiveram expressivas participações na premiação. E o nome de Jessica Chastain surge com uma pergunta: conseguirá ela destaque suficiente por um dos 3 filmes onde foi lembrada como coadjuvante, a ponto de não atrapalhar sua corrida para a categoria? Bem difícil hein... vamos ao vencedores, e seus respectivos 'runners-up' (as famosas 'segundas opções'):


FILME: O Artista
 Runners-up: Melancolia & A Invenção de Hugo Cabret

DIREÇÃO: Michel Hazanavicius (O Artista)
 Runners-up: Martin Scorsese (A Invenção de Hugo Cabret) & Lars Von Trier (Melancolia)

ATOR: Brad Pitt (O Homem que Mudou o Jogo & A Árvore da Vida)
 Runners-up: Michael Fassbender (Shame) & Jean Dujardin (O Artista)

ATRIZ: Meryl Streep (A Dama de Ferro)
 Runners-up: Michelle Williams (Uma Semana com Marilyn) & Kirsten Dunst (Melancolia)

ATOR COADJUVANTE: Albert Brooks (Drive)
 Runners-up: Christopher Plummer (Toda Forma de Amor) & Viggo Mortensen (Método Perigoso)

ATRIZ COADJUVANTE: Jessica Chastain (Histórias Cruzadas, O Abrigo & A Árvore da Vida)
 Runners-up: Carey Mulligan (Shame) & Vanessa Redgrave (Coriolanus)

ROTEIRO: Steven Zaillian & Aaron Sorkin (O Homem que Mudou o Jogo)

ESTRANGEIRO: A Separação

DOCUMENTÁRIO: Cave of Forgotten Dreams

FILME DE ESTREIA: Margin Call

FOTOGRAFIA: Emannuel Lubeszki (A Árvore da Vida)

Enid rumo ao Ouro - e começa a temporada 2001...


Olá, galera!!! Depois de um tempinho sumido, volto aos braços dos meus fãs numa época mais que especial, pedindo desculpa pelo sumiço, cheio de críticas de filmes para postar (juro que começo a tentar à noite) e abrindo a temporada de ouro 2011 cheio de gás. Ontem teve o anúncio dos indicados aos Independent Spirit Awards, que nada mais é que o Oscar dos 'indies'. A boa notícia é que eles escolheram MUITA coisa boa pra indicar (e umas tantas completamente desconhecidas, como convém ao prêmio); a notícia bizarra é que eles continuam se enrolando nas nacionalidades das produções. Ok, eles consideram produções "britânicas" e/ou dirigidas por europeus como sendo 'filme estrangeiro' (e aí se justifica o aparecimento por lá de joias luminosas como 'Shame', 'Tiranossauro' e 'Melancolia'). Mas então britânicos e dinamarqueses são estrangeiros, mas franceses não? A verdade é que 'O Artista' conseguiu uma pá de indicações, assim como 'Drive', que é dirigido por um... dinamarquês!!!; a notícia ruim: onde foram parar os favoritos George Clooney e Glenn Close, que deveriam chegar com tudo, a começar por aqui e tiveram seus filmes lembrados? Ok. chega de tentar entender né... não tem como mesmo. Então vamos as indicações?


FILME:

O Artista
Toda Forma de Amor
Os Descendentes
Drive
O Abrigo

FILME DE ESTREIA:

Bellflower
Circumstance
The Dynamiter
Hello Lonesome
Pariah

DIREÇÃO:

Michel Hazanavicius (O Artista)
Mike Mills (Toda Forma de Amor)
Jeff Nichols (O Abrigo)
Alexander Payne (Os Descendentes)
Nicolas Winding Refn (Drive)

ATOR:

Demian Bichir (A Better Life)
Jean Dujardin (O Artista)
Ryan Gosling (Drive)
Woody Harrelson (Rampart)
Michael Shannon (O Abrigo)

ATRIZ:

Lauren Ambrose (Think of Me)
Rachael Harris (Natural Selection)
Adepero Oduye (Pariah)
Elizabeth Olsen (Martha Marcy May Marlene)
Michelle Williams (Uma Semana com Marilyn)

ATOR COADJUVANTE:

Albert Brooks (Drive)
John Hawkes (Martha Marcy May Marlene)
Christopher Plummer (Toda Forma de Amor)
John C. Reilly (Cedar Rapids)
Corey Stoll (Meia Noite em Paris)

ATRIZ COADJUVANTE:

Jessica Chastain (O Abrigo)
Anjelica Huston (50%)
Janet McTeer (Albert Nobbs)
Harmony Santana (Gun Hill Road)
Shailene Woodley (Os Descendentes)

ROTEIRO:

O Artista
Toda Forma de Amor
Os Descendentes
Footnote
Ganhar ou Ganhar

ROTEIRO DE ESTREIA:

A Outra Terra
Cedar Rapids
50%
Margin Call
Terri

FOTOGRAFIA:

O Artista
Bellflower
The Dynamiter
Meia Noite em Paris
The Off Hours

ESTRANGEIRO:

O Garoto da Bicicleta
Melancolia
A Separação
Shame
Tiranossauro

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A Voz de Enid: "Amores Imaginários"



O cinema de Xavier Dolan chegou pra mim como burburinho, há mais de 2 anos atrás, num desses Festivais do Rio. Um grande amigo falou que 'não deveríamos perder "Eu Matei Minha Mãe", que tinha causado sensação em mostras paralelas do Festival de Cannes daquele ano'. Confiando no tal amigo, fui sem pestanejar ou ao menos ler a sinopse. Em todos que fizeram como eu naquele 2009, o mesmo impacto: aos 20 anos, um jovem canadense estreava na direção, no roteiro e a frente das câmeras, surpreendendo triplamente. Sorte de principiante, gritaram muitos... no entanto, ninguém ficou indiferente àquele soco no estômago da juventude, que Dolan vivia, acarinhava e esmurrava ao mesmo tempo, e deixando a cara pra bater de forma clara.

Um ano depois, no Festival do ano passado, Dolan não é mais um estreante e essa estreia de hoje foi uma das grandes procuras de 2010 da mostra carioca. Sinal que o franzino rapaz tinha deixado uma marca tão indelével que nem as poucas nervuras que seu filme provoca no celuloide impresso são capazes de estancar o rio de saídas visuais marcantes, tanto no anterior quanto principalmente nesse novo, que ainda fala sobre si mesmo, mas que abre seu escopo para o resto dos seres, talvez sendo esse seu maior acerto.

Com um domínio superior de linguagem cinematográfica e referências a grandes clássicos do passado (o mais explícito deles, o seminal Truffaut de "Jules e Jim"), Dolan quer mostrar aqui que, se ainda não tem todas as manhas e escolhas acertadas que transformam um mero diretor numa referênci, ele já se arrisca e ousa de maneira surpreendente sem perder a identidade e signos que ele faz questão de criar e revisitar.

Os amigos Francis e Marie (a ótima Monia Chokri) levam uma vida de pura observação do mundo à sua volta, sendo ácidos, modernos, estilosos e moderninhos, tudo a mil por hora. A entrada do belo Nicolas (Niles Schneider) em cena os subverte, transformando essa dupla descolada em meros joguetes de situações ultra banais e corriqueira, arrancando-os de suas zonas de conforto e os jogando no lugar mais improvável possível: o mundo real. A partir da paixão avassaladora que ambos passam a nutrir pelo rapaz (sem nem ao menos saber sua preferência sexual), esse casal de amigos começam a se comportar das mesmas formas babacas e muito humanas que eles sempre fizeram questão de evitar e aviltar. E do conflito iminente, é que o mundo profundamente cor-de-rosa de ambos passa a ficar cada vez mais natural e igual ao de todos nós.

Para todo mundo que se apaixonou e se meteu em ridículas roubadas para provar essa paixão, uma grande pedida; para o grupo de jovens que nunca teve contato com sentimentos mais profundos ou se dá conta deles pela primeira vez, esse é o filme; para quem tantas vezes não soube o que fazer diante de algo totalmente novo e surpreendente, não perca. E se você apenas adorou "Eu Matei minha Mãe", não tenha reservas e se jogue na deliciosa trilha sonora e na explosão de sentimentos de "Amores Imaginários".


NOTA: A-

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

European Film Awards:



É chegada a hora dos europeus clamar os melhores do ano. Mesmo que ano passado eles tenham cagado no pau apontando 'O Escritor Fantasma' o melhor do ano em 6 categorias (trilha? ok... ator, para Ewan McGregor, concorrendo com Elio Germano, Luis Tosar e Jakob Cedergren? Não mesmo), geralmente o trabalho é excelente e a premiação mais que justa.

Esse ano o campeão de indicações segue a tendência superlativa, elegendo 'Melancolia' o principal filme da competição. Apesar das bizarras lembranças a 'O Discurso do Rei' (que, afinal, é um "vencedor do Oscar", né?) e a 'O Porto' (que eu não consigo achar essa coca-cola toda, não adianta), além do magnífico longa de Lars Von Trier também foram agraciados com indicações 'O Garoto da Bicicleta' e 'O Artista' (ok, vamos esquecer de 'Em um Mundo Melhor'... que afinal, é um "vencedor do Oscar", né? hehehehehe).

Abaixo, a lista de indicados:

FILME:

Em um Mundo Melhor
Melancolia
O Artista
O Discurso do Rei
O Garoto da Bicicleta
O Porto

DIREÇÃO:

Aki Kaurismäki (O Porto)
Bela Tárr (O Cavalo de Turim)
Irmãos Dardenne (O Garoto da Bicicleta)
Lars Von Trier (Melancolia)
Susanne Bier (Em um Mundo Melhor)

ATOR:


André Wilms (O Porto)
Colin Firth (O Discurso do Rei)
Jean Dujardin (O Artista)
Michel Piccoli (Habemus Papam)
Mikael Persbrandt (Em um Mundo Melhor)


ATRIZ:


Cecile De France (O Garoto da Bicicleta)
Charlotte Gainsbourg (Melancolia)
Kirsten Dunst (Melancolia)
Nadezhda Markina (Elena)
Tilda Swinton (Precisamos Falar sobre o Kevin)

ROTEIRO:

Em um Mundo Melhor
Melancolia
O Garoto da Bicicleta
O Porto

FOTOGRAFIA:

Essential Killing
Melancolia
O Artista
O Cavalo de Turim

MONTAGEM:

Melancolia
O Discurso do Rei
Triângulo Amoroso

CENOGRAFIA:

A Pele que Habito
Habemus Papam
Melancolia

TRILHA SONORA:

A Pele que Habito
O Artista
O Cavalo de Turim
O Discurso do Rei