quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A Voz de Enid: 'Noite de Ano Novo'

Antes de mais nada, a dica: eu não vi 'Idas e Vindas do Amor'. Fico imaginando se a estrutura do anterior era tão parecida com a desse aqui, num nível de ser o mesmo "filme" mesmo. Bem, espero que não... não sei se o mundo resiste a 2 filmes do naipe desse que acabei de assistir. O bizarro é constatar que Garry Marshall saca do riscado, entende a estrutura das comédias românticas e esteve a bordo do anterior, além de um clássico do gênero debaixo do braço ('Uma Linda Mulher'); não, na verdade o bizarro é constatar tudo, de cabo a rabo.

Obviamente pensado como algo com a finalidade única e exclusiva de fazer muito dinheiro, o filme nem tenta ter alguma qualidade aqui e ali. Ou melhor, 3 pobres diabos parecem estar mais empenhados que o resto: Robert DeNiro, Hilary Swank e Halle Berry. Com um elenco repleto de rostos mais que conhecidos (nem todos exatamente podem ser chamados de atores, muito menos de bons), é sintomático que os únicos vencedores do Oscar da turma se esforcem 1% a mais que o restante da moçada. Mas mesmo que fossem chamados Isabelle Huppert, Fernanda Montenegro, Juliette Binoche, Javier Bardem, Sean Penn e Daniel Day-Lewis acredito que não teríamos algo muito melhor do que se mostrou no fim das contas. E aí percebemos que as tais caras conhecidas são exatamente as pessoas que ainda precisam matar 20 leões por dia para continuar mostrando que são viáveis (e aí podemos sim incluir até o trio salvação do filme).

Com um roteiro simplesmente ridículo e descabido, que costura mal e porcamente tramas banais e sem suporte algum, além de serem batidas até dizer chega, nem direção nem elenco se entendem, e ora tudo tá meio desanimado e chato, ora fica relativamente histérico e apressado. Todos que me conhecem sabem que adoro filmes repletos de lacunas, ou seja, situações sem explicações em excesso, onde possamos muito mais imaginar do que ter respostas conclusivas, mas o filme em questão nunca tem estofo o suficiente para permitir que nos importamos com tais personagens, muito menos consegue soar inteligente o suficiente para sucitar análises intelectuais sobre seus desdobramentos não-vistos. E de mais a mais, as histórias mostradas no filme não tem um pingo de sutileza... pra que então sutileza no seu desenrolar? O nome disso: roteiro corrido e ruim.

É tanta situação que passa pela tela que fica difícil lembrar de tudo. É um tal de roqueiro que largou a namorada e quer voltar, homem doente terminal que maltratou a família e agora acha que merece morrer, mulheres modernas e atarefadas que não têm tempo para o amor, homens desanimados com o reveillon em questão e em sua maioria tristes, crianças querendo passar a queima de fogos beijando outras... olha, bem difícil hein... se o filme tem alguma cena boa? Vejam só... o final dele temos um apanhado de erros e curiosidades das gravações, onde vemos muita coisa que ficou de fora do corte final, e lá tem ao menos umas 5 cenas ótimas. No filme em si, o trio já citado dá conta da emoção de seus personagens e, se esquecermos o que eles estão dizendo, dá pra ficar numa boa com suas sinceras expressões; uma cena de um discurso de Josh Duhammel também me tocou. E só.

No mais, da-lhe Sarah Jessica Parker ainda jurando que é linda; Abigail Breslin tão maquiada que fica irreconhecível nos primeiros minutos; Michelle Pfeiffer provando que seu próximo par romântico talvez ainda nem tenha nascido, já que conseguiu chegar em Zac Effron (!!!); a linda Katherine Heigl mal vestida e mal penteada; Lea Michelle mostrando que deve correr de volta pro 'Glee' e rezar para a série nunca acabar; uma disputa sobre nascimento de bebês que começa ridícula e termina piegas (e igualmente ridícula)... muita coisa, gente.

Se tiver coragem, aventurem-se. Segurem nas mãos de DeNiro, Swank e Berry, e seja o que Deus quiser.


NOTA: D-

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