terça-feira, 27 de setembro de 2011

As Invasões Bárbaras

Sábado foi um dia. Domingo foi outro dia. Um dia após o outro. Entre eles, muita fumaça e muita lembrança. De um tempo onde os vikings dominavam a Terra e os povos dominados por eles tentavam resistir ao seu domínio, mas terminavam sempre a se deixar dominar. Nos anos onde os vikings exerceram seu poder, ficou claro como muitas vezes foi preciso enganar, roubar e até matar para continuar vivo; de alguma forma, ainda assim os povos chegaram a se acostumar com tal situação e houve felicidade, durante muito tempo.

Mas nada dura para sempre, e os vikings foram vencidos de forma igualmente cruel. Tempos difíceis onde apenas se igualando ao opositor a vitória é conseguida. Após esse tempo implacável, vieram as trevas. Fome, sede e desesperança fizeram o povo antes dominado muita vezes clamar a volta dos seus antigos algozes. O sol quase não brilhava, embora vez por outra uma viagem mostrasse um novo alento aos sobreviventes, que logo eram novamente atirados a sua via-crúcis.

Muitos anos se passaram e quando menos se esperava, veio o tempo em que selvagens pigmeus fizeram a diferença diante do caos. Com sua proposta amistosa, eles chegaram e logo se mostraram tão perigosos quanto os antigos vikings, mesmo sem se dar conta dos inimigos em seu caminho. De um lado, uma tribo sanguinária capaz de escalpelar os rivais; do outro, a imensidão de uma bruma envolvente e avassaladora, capaz de levar povos e pigmeus a loucura.

Essa névoa vinda de não se sabe onde chegou sorrateira e arrastou tudo para dentro de uma escuridão absoluta. A princípio sedutora e enigmática, logo mostrou sua verdadeira face enquanto jogava tudo ao seu redor no mais completo terror desconhecido. A busca por uma saída daquela atmosfera opressora se mostrava cada vez mais complicada e cheia de armadilhas, mas os povos se lançaram com coragem rumo a mais essa batalha, contra esse inimigo silencioso e literalmente mortal, mas que podia os livrar para sempre dos grupos de covardes que os subjulgava; cabia aquelas pessoas apenas voltar ao início e planejar muito bem a fuga daquele pesadelo final. Ou rezar aos céus para que a densa névoa se transformasse no mais singelo orvalho da manhã.


Fábulas foram criadas desde o início dos tempos para nos livrar de uma realidade amarga, para apaziguar situações de onde não se vê saída. Muitas delas foram contadas com tamanha entrega e veracidade que tantos foram os que passaram a viver sob sua égide, confiando que o sonho um dia se torna real.

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