sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A Voz de Enid: 'Pronta para Amar'

Nos daqueles raros casos onde acabamos fazendo tanta besteira quanto os 'donos reais' da bola, fica a dúvida de qual dos 2 títulos desse filme é o pior, se nossa versão cretina ou se o original ('A Little Bit if Heaven', que acreditem, é o apelido de um personagem do filme que em nenhum momento se justifica; talvez exista apenas para nomear o filme...). É sempre bom deixar o tamanho monstro de má vontade que eu estava com esse filme, desde o primeiro trailer. Ou deveria dizer, desde ver a escalação? Quem disse que Kate Hudson e Gael García Bernal teriam química? Bem, o 'bebê nasceu'... e não é que a criança não é tão feia assim?

Por partes: é um grande filme? Não. Merece inúmeros prêmios e indicações? Não. Se tornará inesquecível? Não. Tem interpretações espetaculares de seu elenco? Não. O roteiro parece ter sido escrito por Woody Allen? Não. O que diabos tem de motivos para que eu esteja pisando em ovos para chegar até onde quero? Bem, não dá pra dizer que o filme não é envolvente. Independente de seu roteiro piegas e batido, de sua direção ok, da sua absoluta falta de novidade estética (o que raios uma figurinista como Ann Roth veio fazer aqui?), da protagonista ser MUITO antipática em grande parte do tempo (e de Hudson não ser mais nem a sombra da jovem encantadora de 'Quase Famosos'), o filme prende e, vá lá, emociona com uma visão sobre ser desprendido com muitos valores nos quais nos agarramos pela vida afora.

Marley (Hudson) é uma jovem publicitária que não se amarra por coisa alguma, tem uma vida relativamente boa e fácil, transando aqui e acolá sem se prender a ninguém, e com um grupo de amigos que mantém seu nível de carência baixa, em qualquer caso extremo. Com um ritmo de trabalho intenso e uma "vida social" bastante movimentada, nem nota que emagrece a olhos vistos ao ser alertada pelos amigos e chefe. Não tarda e um diagnóstico de câncer cai como uma bomba esmagadora sobre ela, sem pedir licença e já chegando que veio pra dar trabalho. Logo, a moça irá mirar seu humor ácido para todos os lados, mesmo até para o igualmente jovem Julian (Bernal), o médico que estará encantado desde a primeira vez que vê. Com seu séquito de amigos (que inclui as talentosas Rosemarie DeWitt e Lucy Punch) a lhe apoiar, tendo que finalmente rever a difícil relação que sempre manteve com os pais separados (Kathy Bates e Treat Williams) e em vias de iniciar um romance nunca planejado, Marley começa a viver todos os dias como se fossem os últimos, a medida que a doença avança.

Sem jamais ser o que o trailer vende (comédia romântica?????), mesmo assim é fácil ser tocado pelo filme e sua proposta. Com participações especiais surreais dos grandes Whoopi Goldberg e Peter Dinklage, basta não procurar cabelo em ovo para simpatizar com o filme. Esqueça que você já viu essa história dezenas de outras vezes, embarque na deliciosa trilha sonora (e tente resistir a 'Shine' e 'Beauty in the World', respectivamente dos vozeirões Laura Izibor e Macy Gray) e esqueça por alguns minutos que o cinema produz coisa melhor, até mesmo nesse fim de semana que o filme estreia. Se emocione, aprenda com erros alheios (corrigindo os nossos) e esqueça-o; escapismo emocional de vez em quando faz bem.

PS: Tinham outras fotos para colocar do filme... mas eu vi essa, achei tão bonita e tão cheia de make-up e protoshop, que decide embarcar de vez no filme, e somente deixar a minha crítica mais bonita, com essa foto tão fake quanto fofa.


NOTA: 4,0.

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