sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A Voz de Enid: "Cowboys & Aliens"

Antes de tudo, acho que fiquei devendo a voces um post explicativo, citando de onde vem o título do blog e porque ele veio batizar esse espaço. Mentira, na verdade eu não achava que devia nada; quem me conhece e sabe da situação por trás dele, ótimo... os outros, pegariam a piada em algum momento.

Mas taí que eu decidi fazer um espaço dentro do próprio blog para as críticas cinematográficas. Nada em separado, apenas um codinome onde voces pudessem ler e entender que, se havia aquele sinal ali, era o momento que eu estava parando tudo para escrever sobre um filme em questão. E na hora de batizar o "blog dentro do blog", eis que o tal 'mundo fantasma' volta a me assombrar. E aí sim, com tantos subtextos, resolvi detonar a piada interna e torna-la externa.

Pois bem, tudo muito fácil: 'Ghost World', pra quem não sabe, é ele já o título de um filme, de longínquos 10 anos atrás, indicado ao Oscar de roteiro (embora merecesse muitas outras). Na trama baseada numa HQ, Enid e Becky são duas amigas recém saídas do colegial que abdicam da faculdade para... não fazer nada. O que importa para elas é sua amizade e viver de acordo com regras contrárias ao que o resto da sociedade impõe, não criando amarras ou vínculos empregatícios, apenas curtindo pequenas anarquias cotidianas.

Esse filme foi uma espécie de epifania pra mim, já que Enid sempre foi a minha voz escondida. Ver o filme e identificar-me ali como aquela garota que se pretende rebelde é das coisas mais fáceis do mundo; triste é encarar o desenrolar e ainda assim continuar me vendo ali (acreditem: em alguns momentos, até pra mim isso é difícil...). Apresentado o contexto, tudo ficou claro né?

No fim das contas, acho que foi bom dar essa enrolada pro texto de 'Cowboys & Aliens' sair, já que o filme não tem muito o que vender mesmo. A burocracia é a chave: do inventivo diretor Jon Favreau (dos filmes do 'Homem de Ferro') aos astros Daniel Craig e Harrison Ford, tudo é mais do mesmo. Óbvio, temos uma premissa original em mãos... afinal, quantas vezes voces imaginaram o velho oeste tendo o céu rasgado por naves interplanetárias? Mas talvez tenham confiado demais na ideia, e esquecido que a execução tem de estar a altura da matéria-prima.

A trama básica em si já é gasta: um homem desacordado é levado para uma cidade sem lei do oeste americano e aos poucos se dá conta do desaparecimento pela esposa, que parece ter sido sequestrada. Claro, nessa cidade tem um manda-chuva, cujo filho é o cão chupando manga que barbariza no local. Em meio ao caos de muitas informações sendo enviadas ao espectador (ainda temos a crise no casamento do dono do bar, e o xerife que cuida do neto após a morte da filha), os tais aliens do título baixam mostrando que "estão entre nós há muito mais tempo do que imaginávamos". Todas as diferenças terão de ser diminuidas em prol da luta maior, que é contra esse vilão em comum a todos, literalmente. E todos que se olhavam torto passam a se tratar como velhos companheiros, num passe de mágica.

Apesar da aparente rabugice no meu texto, não desgostei do filme. Diverte, tem ótima utilização de efeitos especiais e sonoros, um elenco atraente; ou seja, com tudo no lugar. Mas esperava-se muito mais das credenciais dessa equipe (inclusive o produtor é um tal Steven Spielberg!) do que um filme onde cada passo dado já se previa meia hora antes. Ou seja, é um zero a zero com gosto de derrota.

NOTA: 5,0.

Um comentário:

  1. Uma grande pena, alias, queria ter alguma inspiração a ver o filme e pior ainda é saber que esse filme tá passando na casa do chapéu ... ou seja ... quase 40 kilometros de onde moro ... merece esse sacrifício?

    Acredito que não ... talvez sua amiga Valeria tinha razão amigo ehehehe

    Abraços.

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