sábado, 15 de outubro de 2011

Enid no Festival do Rio 2011 - Dia 8:

Estou cansado, tipo muito. Mas como olho pra frente e ainda vejo coisas como o dia de hoje, a animação continua apesar de tudo. Afinal, tem 'Drive' na minha frente... como não soltar foguetes?

* Drive:

  
Sentem o cheiro de anos 80 no ar? Pois é... 'Drive' é um bicho oriundo em parte lá, mastigado em 2010 e jogado na nossa cara agora da forma mais explícita possível. O diretor Nicolas Winding Refn não começou ontem, nem na cadeira de diretor nem como provocador típico dinamarquês. Ao contrário do colega Lars Von Trier, Refn é polemista apenas do lado de lá da tela e adepto disso que descrevi: explosão de fúria na nossa cara, e cenas particularmente violentas em que 'tudo' é o universo retratado (como em seu furioso 'Pusher', conferido num Festival do Rio qualquer de uns 5 anos atrás, talvez...). Dizem que o prêmio de direção em Cannes desse ano foi um exagero; eu chamo de merecido. E como...


O filme segue um motorista sem nome vivido com brilho por Ryan Gosling. Ele é dublê de cenas de ação para o cinema de dia, e motorista para ladrões em fuga a noite; em tempo integral, é mecânico numa oficina de carros. Ao conhecer sua vizinha Irene e o pequeno Benicio, há uma conexão entre eles que há muito tempo esse homem procurava. Mas ao se envolver num assalto ao lado do marido de Irene que acabou de sair da cadeia, o motorista irá se envolver com o pior do submundo da California, com o foco apenas na bela garota por quem se apaixonou silenciosamente. 


O filme, como anunciei acima, é um híbrido. Imagens dos anos 80, figurinos idem e trilha sonora arrebatadora, mistura tudo num liquidificador potente com o fino da violência moderna, que somente Refn consegue fazer explícita e sutil ao mesmo tempo. No elenco, o destaque absoluto (além de Gosling) vai para o redivivo Albert Brooks, num papel que vai salvar sua carreira. Todas as luzes e neons, no entanto, vão para o talento de Refn que explode na tela a cada cena, sejam elas calmas ou nervosas. E no deslizar dos carros pelas ruas sujas de uma cidade implacável, que transforma um filme que tinha tudo para ser banal num dos melhores de 2011.




NOTA: A+

Nenhum comentário:

Postar um comentário